Relembro da minha infância de forma saudosa porque fui uma
criança muito feliz, morava na zona rural onde fui criada com muitas regras e a
prioridade era trabalhar para ajudar meus pais e o único dia determinado para
brincar era o dia de domingo pela tardinha. Lembro-me como se fosse hoje,
trabalhávamos a semana toda ansiosa com a chegada do final de semana em especial
o domingo. Todos os domingos reuniam (meus irmãos, parentes e vizinhos...) para
brincarmos de várias coisas como: queimada, pular corda, bandeirinhas, esconde-esconde, sabugo
queimado, passar anel, telefone sem fio dentre outras brincadeiras e não tinha
separação os meninos brincavam junto com as meninas.
Quando fui para escola já com os meus 6 anos de idade na 1ª
série de escolaridade as brincadeiras eram as mesmas, pois estudava em uma
escola perto da minha casa onde tudo era muito simples, mas agente se divertia.
De acordo com os professores o dia das brincadeiras seria na sexta-feira após a
merenda, era uma alegria só!
Outro fato que marcou muito foi quando fui estudar na cidade
(5ª série como se chamava), comecei a fazer Educação Física no caso vôlei e
natação, nossa estava no céu! Minha
professora era animada, incentivadora, divertida e sempre estava ali animando a
garotada a participarem das atividades e todos jogavam com muita dedicação e
esforço. Essa foi uma fase marcante eu adorava a professora, tanto que sonhava
em ser igual a ela professora de Educação Física, porém o destino deu outros
rumos na minha vida. As aulas de educação física eram no período alternado às
outras aulas, quem estudava de manhã fazia aula de educação física à tarde, mas
eu não faltava.
Posso dizer com orgulho que ensinei meus filhos a brincarem
da mesma forma que eu brincava e pude passar pra eles uma convivência de respeito,
interação, diálogo e muita diversão.
Percebo nos dias atuais a grande diferença, no atual cenário
social com o avanço tecnológico, a mídia tem provocado mudanças nas relações
sociais e a infância contemporânea apresenta muito obstáculos como de convivência,
diálogo, comportamental e emocional, onde as brincadeiras antigas e simples não
desperta interesses já que tem recursos da tecnologia facilmente. A infância é
um momento marcante na vida do indivíduo e por este motivo as brincadeiras não deveriam
ser limitadas as tecnologias, mas pelo contrário deveriam ser estimuladas para
promover experiências novas, ajudando na formação da criança como sujeito
crítico e social.